South Africa

Quem me conhece sabe que eu não gosto de futebol e os motivos são diversos. Entre eles estão o fanatismo de torcedores e a exaltação de um tipo de profissional que mal sabe se expressar claramente e que é idolatrado. Já assisti muitas palestras motivadoras e entre elas algumas de profissionais do mundo “futebolístico” em que ficava bem claro que para ser um jogador de sucesso deve-se ter no CV o gosto pelas zonas, zueiras, ser mal aluno e pobre (eles mesmos usaram essas expressões durante as palestras).  Assim depois de uns poucos que ganham milhões e são constantemente idolatrados resta a garotos menos favorecidos a imagem equivocada de um herói que só precisa chutar uma bola e fazer um gol.

Temos atletas maravilhosos e esforçados nesse país, mas só se fala de futebol. Quem pratica atletismo, ciclismo, ginástica e tantos outros esportes vive  praticamente a pedir esmolas e não tem seus méritos divulgados na mídia. Eu sei que isso está mudando, mas é lento e não é nada comparado às atenções ao futebol.

Não era nem sobre isso que eu queria falar, mas saiu e pronto falei.

O post começou porque ao assistir ao show de abertura da Copa e também as matérias sobre a África do Sul muitas recordações de quando estive lá voltaram à tona.

Uma coisa incrível é o sorriso daquele povo. Lindo demais, aberto e sincero.

A pobreza lembra o Brasil assim como a riqueza, mas a de lá deixa a gente mais revoltado porque na maioria das vezes falta de oportunidades está diretamente ligada só a cor da pele.

Quando eu visitei o Museu do Apartheid  a emoção e a vergonha que eu senti de pertencer a raça humana foi única, inacreditável e inexplicável. Senti vontade de sair me desculpando por ser branca, por não ter feito nada para evitar...como se isso fosse possível. No entanto as coisas continuaram iguais ou pelo menos muito parecidas, pois infelizmente aqui no Brasil também há muita discriminação racial e usa-se um véu fininho que ajuda a disfarçar nossos descasos. Sinto tristeza por nossa ignorância, mas isso não me liberta de nada.

De Copa do Mundo eu quero me manter à parte mas quanto a saber mais sobre povo sul africano eu quero acompanhar tudo.

Tomara que a gente aprenda a valorizar mais uns aos outros independente de raças e crenças.

Bom futebol para quem gosta e eu espero que a equipe brasileira vença muitos jogos. Não sou contraditória mas eu também prefiro pessoas alegres a tristes e frustradas ao meu lado.