Encontrei essas palavras que não são minhas e que eu queria que fossem. Fazem parte das invejas que eu sinto daqueles que as disseram primeiro e mais lindamente do que eu seria capaz. Depois de um dia de migalhas a que sobrebrevivi só me restam os livros de poesia novos que chegaram essa semana e que ainda não li.
Para ouví-lo aqui está o link
http://www.estudioraposa.com/index.php/30/09/2009/lugar-108-rafael-nolli/
Uma ótica dica que recebi do Samuca.
Hoje, sou exatamente aquilo que tenho:
centavos que não compravam felicidade alguma
uma úlcera metafísica,
que não me acompanhará ao infinito
dezenas de poemas sobre a exaltação do homem
e a felicidade tola dos desvairados.
Hoje, sou tudo que tenho:
um sonho de primavera
amadurecendo o coração dos brutos
um gosto de beijo nunca dado
uma iluminação repentina e irremediável,
que me levaria ao céu, se o quisesse.
Hoje, nada além dos meus pertences é o que sou:
uma dor de cabeça debutante
migalhas de pão presas à barba
um projeto de poesia
que me remediará de todo o mal do mundo –
depois de escrito me trairá covardemente,
por não saber nada além
do que suas palavras dizem.
Hoje, sou exatamente o que tenho:
mas é nu que espero o amanhã.
Rafael Nolli
2 comentários:
sil, bom começo de amizade...
rafael nolli é!
e está, em bom português de portugal no audioblogue estúdio raposa: http://www.estudioraposa.com/index.php/30/09/2009/lugar-108-rafael-nolli/
vai lá...
tcheros.
Samuca eu gostei muito. Obrigada.
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